No princípio, não era o caos. Muito pelo contrário: tudo era muito simples. Criava-se páginas para a Internet usando um editor tipo “texto puro”, como o Bloco de Notas, adotando uma linguagem então muito simples, a HTML em sua versão inicial. Se fosse preciso destacar um título, usava-se a marcação (“tag”) correspondente (h1, h2 e assim por diante) ao destaque desejado. Se fosse necessário listar itens, apelava-se para as marcações que criavam listas numeradas ou não numeradas. Tudo muito limpo, tudo muito simples. Isso porque, maravilhados com a nova descoberta de uma forma fácil e rápida de compartilhar informações praticamente com o mundo todo, os primeiros usuários da Internet não ligavam muito para a forma, o que interessava era o conteúdo.
Depois, as coisas foram evoluindo, apareceram as figuras e tabelas, vieram novas versões da linguagem HTML com “tags” mais poderosas (e complexas), surgiram as animações, filmes, sons, o diabo. Então, por mais denso que fosse seu conteúdo, um sítio “feio” não atraía visitantes. O objetivo passou a ser criar páginas atraentes. Era a vitória da forma sobre o conteúdo. O resultado disso é que a programação ficou cada vez mais complexa e os sítios mais lentos.
A coisa ficou tão complicada que, no final dos anos 90, o W3 Consortium, uma organização não governamental que coordena o estabelecimento de padrões para a Internet, decidiu propor um conjunto de padrões que trata separadamente os três componentes básicos de qualquer página da rede: estrutura (que inclui todo o conteúdo, inclusive imagens e sons), comportamentos (efeitos, como animações e similares) e aparência (cores, tipografia, tamanho e posição de elementos e imagens, etc.). A criação da estrutura deve ser feita usando as linguagens padronizadas HTML, XHTML e XML. O comportamento usará os scripts criados nos padrões ECMAScript e DOM. E, finalmente, a aparência será obtida utilizando-se as CSS (de Cascading Style Sheets, ou folhas de estilos em cascata).
Mas o que são CSS? Segundo o Consórcio W3, elas são um mecanismo simples para acrescentar estilo (por exemplo: fontes, cores e espaçamento) a documentos Web”. Na verdade, trata-se de muito mais que isso.Trata-se de uma linguagem padrão para a programação de páginas Web que se superpõe à HTML ou seja qual for a linguagem usada para criar conteúdo, possibilitando alterar cores, tipografia, tamanho e posição de quaisquer elementos, inclusive imagens. Ela funciona estabelecendo regras que controlam o modo pelo qual os elementos da página devem ser exibidos. O conjunto de regras pode ser armazenado em um ou mais arquivos independentes do conteúdo e aplicado a diversas páginas ao mesmo tempo, fazendo com que a carga das páginas fique notavelmente mais rápida (talvez você tenha reparado isso neste sítio). Esses arquivos, de extensão “css”, são as “folhas de estilo”.
O sítio DisquePiropo foi concebido de tal maneira que as páginas que armazenam o conteúdo foram programadas em HTML pura, sem o uso de uma única tabela, nenhum “behavior”, nenhuma formatação de fonte, nada (na verdade, foi usado um único “javascript”, mas que nada tem a ver com comportamentos ou aparência; sua função é corrigir uma, digamos, idiossincrasia do Internet Explorer, que não adere completamente ao padrão de CSS estabelecido pelo Consórcio W3). Todo e qualquer detalhe relativo à aparência, inclusive menus em cortina e botões “rollover”, foram criados em um conjunto de cinco folhas de estilo independentes. Desta forma, o conteúdo permanece íntegro e pode ser consultado em qualquer navegador, inclusive os que ignoram as folhas de estilo, mesmo os usados em telefones celulares e micros de mão com acesso à Internet. Se você quer ver como ficaria o sítio apenas com seus arquivos HTML, ou seja, o conteúdo sem a aparência, clique aqui e veja como, embora feio, ele permanece inteiramente funcional, podendo ser “navegado” em toda sua extensão e exibindo todo o seu conteúdo. Uma boa experiência para mostrar as potencialidades do uso das CSS.
Incidentalmente: se seu programa navegador não é o Internet Explorer 5 ou superior, talvez você ache este sítio estranho ou bastante mal-ajambrado. Isso ocorre porque o DisquePiropo desenvolvido tendo em mente a exibição no IE5 ou superior. Esta decisão não foi tomada por preconceito ou em desfavor aos demais navegadores, mas exclusivamente pelo fato de que, no momento em que o sítio foi desenvolvido (dezembro de 2004), o IE5/6 era o navegador mais popular, usado pela vasta maioria do mercado e cujo suporte oferecido às CSS, embora longe do ideal, era bastante razoável (não obstante o sítio fica inteiramente funcional no Mozilla Firefox e Netscape 7.0; no Opera, o menu da página "Por Assunto" não funciona). Como o DisquePiropo não é um sítio comercial, mas um projeto experimental voltado para o uso das CSS, espero que as falhas no Opera sejam perdoadas. Enquanto isso, torço para que, com o tempo, todos os navegadores ofereçam suporte integral à versão mais atual do padrão CSS estabelecido pelo Consórcio W3 e este sítio possa ser apreciado igualmente em todos eles. A tendência é essa. Não só dos navegadores quanto dos sítios. Portanto, se você se interessa por desenvolvimento de páginas para a Internet, sugiro enfaticamente que comece a explorar as potencialidades das CSS. B.Piropo