Este é o Disque Piropo de quinta-feira sete de novembro. Obrigado por estar conosco. Nessa altura dos acontecimentos todo mundo já sabe que o processo anti-monopólio movido contra a Microsoft terminou bem para Bill Gates: as punições, se é que podem ser assim chamadas, se resumiram a ocultar alguns ícones da área de trabalho e proibir o que já era proibido. Ou seja: tudo ficou mais ou menos como era antes. Mas o que pouca gente sabe é que a Microsoft tornou-se o que é hoje graças justamente a outra ação anti-monopólio. Ela foi movida no final dos anos setenta contra a IBM. Deu um prejuízo de milhões de dólares e quase liquidou com a empresa, que somente conseguiu se desvencilhar das acusações pouco antes de tomar a decisão de fabricar seu primeiro computador pessoal, o IBM PC, lançado em agosto de 81. Dadas as circunstâncias, era natural que a IBM se mostrasse extremamente cautelosa em relação a tudo o que pudesse parecer prática monopolista. Isso a levou a tomar duas decisões, ambas cruciais para a indústria da informática: adotar para o PC uma arquitetura aberta, não patenteada, o que levou ao aparecimento dos clones e ao florescimento da indústria baseada na linha PC, e não desenvolver ela mesma um sistema operacional para a nova máquina, mas adotar um sistema desenvolvido por terceiros. Sua primeira tentativa foi fechar um acordo com Gary Kildall, criador do CP/M, o sistema operacional mais popular para micros de oito bits que então dominavam o mercado. O acordo não vingou. Então a IBM decidiu solicitar a uma pequena empresa, que havia sido contratada apenas para desenvolver a linguagem BASIC para o PC, que se incumbisse também do sistema operacional. A empresa chamava-se Micro-Soft e pertencia ao então jovem Bill Gates, que prontamente aceitou o desafio. O sistema operacional foi o MS-DOS, a galinha dos ovos de ouro da Microsoft. O resto é história e dela vocês já sabem... Boa sorte e até o próximo Disque Piropo.