Este é o boletim Disque Piropo de sexta-feira, primeiro de novembro. Ontem falamos sobre o warchalking. Hoje, falaremos do "warphoning", o nome que se dá às tentativas de invadir telefones celulares e outros dispositivos que usam a comunicação sem fio através do padrão bluetooth. Bluetooth, ou "dente azul", em inglês, é o apelido de um monarca que reinou sobre a Escandinávia e se amarrava em construir pontes para facilitar a comunicação entre cidades de seu reino. Por isso seu nome foi usado para designar um padrão de comunicação via rádio, de curto alcance, para transmissão sem fio de dados e voz. É claro que os telefones celulares que aderem ao padrão não o usam para chamadas telefônicas: o alcance máximo de um dispositivo bluetooth é de dez metros, e para falar com quem está a menos de dez metros não se precisa de telefone. Mas acontece que os telefones celulares modernos não fazem apenas chamadas telefônicas: eles armazenam dados pessoais, agendas de endereços, telefones e compromissos e muito mais. São verdadeiros micros de mão. E alguns podem usar o padrão bluetooth para trocar esses dados. O problema é a segurança. Em princípio, para que dois celulares bluetooth transfiram dados é necessário que ambos os donos troquem uma senha. Mas acontece que essa função tem que ser habilitada pelo usuário. E os primeiros telefones celulares postos à venda no mercado europeu vêm com a segurança desabilitada. Como nem todo usuário sabe que é preciso habilitá-la, eles ficam abertos e põem seus dados à disposição de quem estiver nas vizinhanças com outro celular bluetooth à procura de vítimas. Isso é o warphoning. Por enquanto, ainda não há celulares bluetooth no mercado brasileiro. Mas breve haverá. E quando houver, provavelmente você terá um. Então, antes de usá-lo, lembre-se do Disque Piropo e habilite imediatamente a função de segurança. Boa sorte e até o próximo Disque Piropo.